terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Trilha no Feriado = Xoudiba!

Pois bem, seletos leitores (é sempre bom acreditar que alguém lê isso além de mim),

Hoje foi um dia tão "totalmente excelente", tão Xoudiba que mereceu que eu escrevesse no Domínio D'Babú novamente!

Esses eram os projetos iniciais: Trilha marcada para às 10h37 -> Saída do Parque Lage com chegada ao Corcovado; depois, descer pelos trilhos até o Cosme Velho e pegar um 569 até a praia de Ipanema.

Saí de casa com poucas pessoas confirmadas, cheguei no Parque Lage sem ninguém. Mas ainda era muito cedo para ir à praia... E a segunda melhor opção sempre é dormir, mesmo àquela hora da manhã. Se ninguém aparecesse, eu subia sozinho!

Contudo, meu Santo Djalma se compadeceu de mim, e Daniele, minha companheira de pH, que já havia marcado e desmarcado reconfirmou sua presença! Eu só teria de esperar por ela, e suas amigas que estavam vindo...

Para fazer hora, rodei toda a parte baixa do Parque Lage... li várias plaquinhas... aprendi que a maior biodiversidade entre os vertebrados na fauna da Mata Atlântica são as espécies de morcego... aprendi as diferenças básicas entre sapos, rãs e pererecas... e li a história do próprio Parque Lage, que quase fora vendido para a especulação imobiliária, mas conseguiu sobreviver!

Depois de tantas voltas, de dar alguns refis em minhas garrafas de água e tudo o mais, Daniele chegou. Faltavam apenas suas amigas... conversamos, caminhamos e quase cometemos o crime de comer naquela Escola de Artes que existe no Solar... Ô lugarzinho caro!

Na verdade, foram as amigas da Dani que nos salvaram. Elas ligaram avisando que tinham chegado antes que eu colocasse meu estômago e minha carteira numa balança pra decidir o que era mais importante!

Ah... as amigas da Daniele. Já as conhecia. Não obstante serem muito belas, também demonstraram ser "totalmente excelentes": Inês e Ana!! Até então, tínhamos tido poucas oportunidades de conversar e tudo o mais... e fomos nos conhecer justo com Madalena (a trilha do Corcovado).

Saímos do Parque Lage para nos comprarmos nosso farnel... Ana fez um sandúiche batuta de presunto, compramos uns biscoitos variados e rumamos novamente ao Parque Lage.

Inicío da trilha normal, sem grandes problemas... consegui evitar a tradicional perda de caminho logo no começo. Seguimos normalmente pelo caminhos sem grandes percalços, exceto uma ou outra reclamação pelo fato da trilha ser um tanto íngrime... nada muito significativo. As sápidas cidadãs continuavam me acompanhando!

Então, na última cachoeira antes do final da trilha, encontramos o "Sr dos Incensos" que veio com um papo todo cheio de riscos e perigos... Ana, principalmente, passou a achar que teríamos problemas mais a frente. Dani meio que dava razão de que elas eram todas loucas por estarem me ouvindo ainda... Inês permanecia confiante e bem disposta. E eu? Bem... eu tentava me lembrar em qual trecho ter uma corda seria vital, já que haviam surrupiado o cabo de aço que estaria em tal "trecho da morte de Madalena" (em suas costelas, ao contrário das sabonateiras de Eleonora).

A trilha torna-se abusivamente íngreme após a "última cachoeira"... e encontramos alguns grupos descendo (já havíamos passado por outros antes) que só aumentavam o receio de Ana... diziam coisas sobre o tal "trecho da morte" estar escorregadio... e que se alguém cair "um abraço"...

Paramos umas três ou quatro vezes ao longo dessa subida, passando de um lado para o outro da montanha... Eu mesmo já estava começando a ficar um tanto inquieto... a trilha parecia que nunca ia acabar (tinha tido a mesma sensação poucas semanas antes, quando finalmente havia completado tal caminho com Pedro e seu irmão, Thiago).

A trilha é bem sinalizada, por marcas de setas em vários troncos cruciais ao longo do caminho. Tendo isso em vista, pude investir a Dani de "Fura-bolo" da Mão Lesta, temporariamente, e fui para a sub-liderança, evitando que as mocinhas despencassem ribanceira abaixo no caso de um sinistro ocorrer.

Passando pelo "Trecho do Segundo Mico", finalmente chegamos ao tão aclamado "trecho da morte"... não faria nenhum mérito ao nome, não fosse pela chuva que já caía a cerca de uma hora... estava abusivamente escorragadio, especialmente no começo.

Eu fiz um beta-test e quase "me fui" na volta do mesmo... havia uma derradeira verdade a ser dita às minhas seletas e egrégias companheiras de aventura. Eu poderia ajudá-las a atravessar aquele trecho, mas, depois, seria impossível descer por ali. As opções eram seguir sem olhar para trás ou retornar imediatamente (além de me matar por tê-las colocado naquela situação).

Nesse momento, o começo tenebroso do dia, que parecia sem esperanças de coisas bacanas, ressurgiu... seria péssimo ter que descer tudo de novo. Mas eu faria o que elas determinassem, e a escolha foi prosseguir! Xoudiba!

Sem grandes percalços, consegui ajudá-las a transpor o "trecho da morte" e seguimos por mais algum tempo até, finalmente, chegarmos aos trilhos da "Estrada de Ferro do Corcovado"!

Andamos um pouquinho pelos trilhos, até a "Curva do Oh" e, finalmente, qualquer vontade de me matar sumiu! Conseguimos atravessar a nuvem de chuva e foi possível ver a bela paisagem, ainda que intermitantemente. Paramos por muito tempo na "laje" da Curva do Oh, admirando a paisagem, conversando e nos recompondo.

As meninas, especialmente, Ana e Inês (que são "turistas", de Portugal), prefiriram chegar até o Cristo, ainda que não fossem pagar os ABUSIVOS R$13 para entrar. Acabou sendo uma boa opção... sentamos num banquinho... conversamos mais um pouco... tomamos um sorvete, aproveitamos mais a vista...

Aí veio o grande dilema... por onde voltar? Minha opção inicial seria voltar pelos trilhos, mas eles estavam escorragadios, e teríamos problemas nas pontes... teria de ser pelo asfalto.

Quando chegamos ao "posto de cobrança" de onde sobem as vans, o desdobramento do problema: Paineiras ou Cosme Velho??

Eu, sinceramente, não me sentiria muito confortável de levá-las pelo caminho de Cosme Velho/Santa Teresa... quando voltei por lá com o Pedro e o Thiago não tive boas impressões.

As Paineiras, pelo contrário, além de me informar logo de cara quanto tempo levaria para chegarmos aos ônibus (7500m até o Alto da Boa Vista) me trazia boas e agradáveis lembranças... fiz meu lobby e passei a bola para as garotas que, felizmente, escolheram Paineiras!

Desde que chegamos à Curva do Oh, elas estavam bem animadas. Minha única preocupação passou a ser: não deixar a Ana ficar para trás (mais baixa, e por isso, andava mais devagar).

No meio do caminho, eis que Inês notou algo um tanto quanto premunitório... eu estava de bermuda vermelha e camisa verde, as cores de Portugal, país dela e da Ana! Sensacional! A vitória de Djalma sobre Murphy já estava traçada antes de eu sair de casa, era só manter minha fé num dia totalmente excelente!

Após muitas caminhadas, aproveitei para tomar um banho na primeira ducha (pra enganar meu corpo e fingir que não tomei chuva e sim que era apenas um banho longo), e seguimos pelas Paineiras até alcançarmos o Alto da Boa Vista.

Voltamos numa van, tirando entrecortados cochilos providenciais. Deixei as duas mocinha gringas em seu ônibus, Dani já havia rumado para casa, e retornei ao lar, muito satisfeito com o dia Xoudiba que tive! Eu sei que Murphy tentou, mas dessa vez, Djalma foi melhor!

Às melífluas donzelas que por aqui passarem, meus ósculos lépidos, aos demais, meus cordiais e distintos amplexos!

Ni!

PS: Quando chego em casa, complementando a "xoudibalidade" do dia, eis que encontro a mui estimada Preclara no MSN, e minha companhia aérea, a Djalma AirKnights rompe a casa dos Um Bilhão de Euros, no Airline Mogul, consolidando na liderança do World 328!

Busca no Domínio D'Babú

Google